Em abril de 1923, quando o falecimento de Cruz e Sousa completava 25 anos, foi inaugurada uma herma em sua homenagem na Praça (depois Largo) Benjamin Constant. A encomenda do busto em bronze foi uma iniciativa de integrantes do Centro Cívico Cruz e Sousa, núcleo presidido pelo então secretário do interior e historiador José Arthur Boiteux e constituído por escritores e jornalistas, como Ildefonso Juvenal, Trajano Margarida e outros à margem da cena literária catarinense.
No discurso de inauguração do monumento, Ildefonso Juvenal enumerou personalidades negras como André Rebouças, José do Patrocínio, Mestre Valentim, Tobias Barreto, Evaristo de Moraes, Juliano Moreira, Visconde de Jequitinhonha, Antônio Rebouças, todos figuras de destaque nas suas áreas de atuação, como era Cruz e Sousa na literatura nacional. Fazia-o em resposta à corrente que defendia a inferioridade intelectual dos negros.
O poeta e artista Rodrigo de Haro lembra que o busto não era fixado ao pedestal e, por vezes, era levado em procissão por jovens irreverentes, na década de 1950. Havia dias em que amanhecia com flores e velas, segundo ele.
O busto de Cruz e Sousa foi transferido para o jardim em frente ao Palácio Cruz e Sousa e, com bustos de outros catarinenses ilustres, circundava o monumento aos veteranos da Guerra do Paraguai quando foi furtado em agosto de 2013. Atualmente, um novo busto de Cruz e Sousa está instalado no local.
[imagem] Fotografia do Busto de Cruz e Sousa, Cristina Dallanora (2012).
A República, 8/4/1923
Caderno Especial Cruz e Sousa, 100 anos. A Notícia (Joinville, SC), 19/03/1998.