O comerciante de escravos Victorino de Menezes atuou em Desterro pelo menos a partir de 1868. Comprava preferencialmente homens adultos e rapazes escravizados e revendia-os para as fazendas do sudeste do país. Entre o momento em que eram comprados por Victorino ou um de seus sócios e o embarque para Santos ou o Rio de Janeiro, os homens e mulheres escravizados ficavam em um depósito, próximo à Rita Maria e ao cemitério da cidade. Era um momento de grande tensão, visto que tais transações significavam que nunca vais veriam suas famílias.
Há registro de que o terreno de Vitorino naquele bairro distante do centro da cidade tinha 70 braças de frente, isto é, era relativamente extenso. A rua era conhecida como “rua de Victorino de Menezes” (n. 23 na Planta de 1876), hoje rua Hoepcke, porém não se sabe a localização exata do terreno e do depósito.
Planta Topographica da Cidade do Desterro (atual Florianópolis), levantada pelos Engenheiros Major Antônio Florêncio Pereira do Lago e Carlos Othom Schlappal, 1876. (detalhe)
CABRAL, Oswaldo R. Nossa Senhora do Desterro. Notícia I. Florianópolis: UFSC, 1972, p. 131-132.
CABRAL, Oswaldo R. Nossa Senhora do Desterro. Memória II. Florianópolis: UFSC, 1972, p. 110.