Embora ainda não sejam conhecidas as datas de nascimento e falecimento de André José Pinheiro, em 1884 ele completou seus estudos na segunda escola pública do segundo distrito da capital. No ano seguinte, encontrava-se vinculado à Irmandade Beneficente de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, à qual permaneceu ligado por cerca de quatro décadas, chegando a exercer o cargo de Juiz de São Benedito, conforme informa Karla Rascke.
No início do século XX, André Pinheiro trabalhava como comerciante no Mercado Público de Florianópolis, bem como na Praia de Fora, e dedicava-se aos estudos de escrituração mercantil. Em 1908, ingressou no serviço público, onde exerceu diversos cargos, principalmente como oficial arquivista do Palácio do Governo e da Secretaria de Interior e Justiça. Em virtude de sua atuação nessa área, foi transferido para o Arquivo Público de Santa Catarina, quando este foi criado, em 1931. A atividade de André José Pinheiro nessa instituição foi efêmera, pois em 1933 o arquivo foi extinto (voltando a existir apenas na década de 1960).
Em 1920, esteve entre os fundadores do Centro Cívico e Recreativo José Boiteux, tendo sido eleito vice-presidente da associação em sua primeira diretoria. Manteve-se vinculado ao Centro Cívico até seus últimos anos de funcionamento, no fim daquela década, exercendo os cargos de secretário, membro da comissão de sindicância, e contribuindo nas atividades de sua escola.
A data de falecimento de André Pinheiro não foi ainda determinada, mas o último registro conhecido sobre sua vida diz respeito aos cumprimentos pelo seu aniversário, em 10 de novembro de 1936, nos jornais da capital. A publicação de sua data natalícia na imprensa ocorria, no mínimo, desde 1906, revelando o prestígio obtido ao longo de décadas na capital do estado.
RASCKE, Karla Leandro. Samba, Caneta e Pandeiro: cultura e cidadania no sul do Brasil. Curitiba: CRV, 2019.
TEIXEIRA, Luana. Os homens do Centro: política, classe e raça na Florianópolis dos anos 1920. In: MENDONÇA, J. M. N.; TEIXEIRA, L.; MAMIGONIAN, B. G. (Orgs.). Pós-Abolição no Sul do Brasil: associativismo e trajetórias negras. Salvador: Sagga, 2020. p. 75-92.