A memória biográfica existente hoje sobre Cruz e Sousa foi formulada e reelaborada diversas vezes desde a sua morte em 1898.
Um dos responsáveis por manter a memória acerca de Cruz e Sousa foi Nestor Victor, amigo muito próximo e grande admirador da sua obra. Foi ele quem tratou da publicação póstuma de obras como Evocações (1898), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905). Também foi ele quem publicou a primeira edição das suas Obras Completas, em 1923, livro cuja introdução pode ser definida como uma das primeiras biografias de Cruz e Sousa.
Outro importante esforço de compilação das obras completas de Cruz e Sousa foi realizado em 1961, por ocasião do centenário de nascimento do escritor. Para a ocasião, a Biblioteca Nacional organizou uma exposição e o crítico e colecionador Andrade Muricy publicou uma nova edição, atualizada e aumentada, das obras completas de Cruz e Sousa pela editora Nova Aguilar.
Além desses dois críticos, muitos outros importantes estudiosos da literatura brasileira contribuíram para fixar uma certa imagem da vida e obra de João da Cruz e Sousa: Abelardo Fernando Montenegro, Roger Bastide, Raimundo Magalhães Júnior e, mais recentemente, Lauro Junkes, Zahidé Muzart e Uelinton Farias Alves.
Além de ter a sua imagem construída a partir da perspectiva da crítica e da história literária, ao longo das décadas, houve uma série de demonstrações de apropriação de Cruz e Sousa comouma personalidade catarinense. Em Florianópolis, no início do século XX, havia um Clube Literário Cruz e Sousa. Em Lages e em Laguna, sociedades recreativas de negros portavam o nome do poeta. Em 1918, o governo do Estado homenageou Cruz e Sousadando seu nome ao Grupo Escolar fundado na cidade de Tijucas.
Em 1923, quando seu falecimento completava 25 anos, foi erigido um monumento – um busto de bronze – em sua homenagem por iniciativa dos integrantes do Centro Cívico Cruz e Sousa.
O Palácio do Governo do Estado foi renomeado “Palácio Cruz e Sousa” e aloja, desde 1984, o Museu Histórico de SantaCatarina. Em seus jardins, foi construído, em 2010, um memorial que abriga os restos mortais do escritor, transferidos do Rio de Janeiro para Florianópolis em 2007.
Referências do tema "A Desterro de Cruz e Sousa"