Arthur Rocha foi um dramaturgo e jornalista criador de várias peças de teatro, dentre as quais destacam-se algumas cuja temática gira em torno da causa abolicionista.
Negro, vindo de uma família pobre da cidade de Rio Grande, na Província do Rio Grande do Sul, Arthur Rocha foi redator dos jornais O Mosquito (1874), O Colibri (1877), A Lente (1877) em Porto Alegre e depois O Correio da Tarde, por meio dos quais pode exercer sua posição política e contribuir significativamente para a campanha abolicionista.
Além dos jornais, o dramaturgo também participou de inúmeras sociedades dramáticas e literárias de Porto Alegre, como a Sociedade Dramática Romeira do Progresso, a Luso-Brasileira, a União Militar, a Filhos de Talia e outras.
A obra teatral de Arthur Rocha inclui quatorze peças, entre comédias e dramas. Sete dessas peças foram publicadas em três volumes intitulados Teatro de Arthur Rocha. No primeiro volume, publicado em 1876, encontram-se as peças: O Filho Bastardo, O Anjo do Sacrifício e Por Causa de Uma Camélia. No segundo volume, publicado em 1879, encontra-se a peça José e, no terceiro volume, publicado em 1884, encontram-se as peças A Filha da Escrava, Os Filhos da Viúva e Deus e a Natureza.
As peças de Arthur Rocha foram apresentadas em várias cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil, tendo como um dos agentes de promoção da sua obra a menina-prodígio Julieta dos Santos que, como atriz principal da Companhia Dramática Moreira de Vasconcelos, fez com que as plateias do Sul e do Norte aplaudissem a peça abolicionista A Filha da Escrava.
SANTOS, Isabel S. Arthur Rocha: Um Intelectual Negro no “Mundo dos Brancos”. In: Anais do X Encontro Estadual de História – ANPUH/RS. 2010.
Zubaran, Maria, & Isabel Silveira dos Santos. "PEDAGOGIAS DO TEATRO DE ARTHUR ROCHA: ABRINDO CAMINHOS NA DIREÇÃO DA LEI 10.639." Poiésis - Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação [Online], 7.12 (2013): 445 - 461. Web. 3 Fev. 2014